Sobre

Da curiosidade em saber o que há por trás do que se veste, por dentro do que se compõe, surgiu a Rua247. Mais que roupa. Mais que tendência. São pessoas, gente que atravessa na faixa de pedestre, pula por poças, anda debaixo de marquises em dias de chuva. Gente que passa todos os dias pela gente. Gente que você vê sem olhar. Gente que você conhece sem conhecer. Algo que dificilmente alguém conseguiria traduzir melhor em palavras do que Clarice Lispector.


(Crédito de imagem: David Carol)


"Sou os brinquedos que brinquei, as gírias que usei, os nervosos e felicidades que já passei. Sou minha praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema. Sou os amores que vivi, as conversas sérias que tive com meu pai. Eu sou o que me faz lembrar.
Sou a saudade que sinto, sou um sonho desfeito ao acaso, sou a infância que vivi, sou a dor de não ter dado certo, sou o sorriso por tudo que conquistei, sou a emoção de um trecho de livro, da cena de filme que me arrancou lágrimas. Eu sou o que me faz chorar.
Sou a raiva de não ter alcançado, sou a impotência diante das injustiças que não posso mudar, sou o desprezo pelo que os outros mentem, sou o desapontamento com o governo, o ódio que isso tudo dá. Sou o que eu remo, sou o que eu não desisto, sou o que eu luto, sou a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta ao ver um animal abandonado. Eu sou o que me corrói.
Eu sou o que eu luto, o que consigo gerar através de minhas verdades, sou os direitos que tenho e os deveres a que me obrigo, sou a estrada por onde corro, sou o que ensino e, sobretudo, o que aprendo. Eu sou o que eu pleiteio.
Eu não sou da forma como me visto, não sou da forma como me comporto, não sou o que eu como, muito menos o que eu bebo. Não sou o que aparento ser. Eu sou o que ninguém vê."


Bem-vindo à Rua 247. 


1 comentários:

Anônimo disse...

Maravilhoso!!!!

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